Me chamou atenção uma reflexão que o vídeo faz, sobre como aprendemos o tradicional modelo de vida em que a mulher é responsável por tudo (trabalhar e cuidar da casa e dos filhos) e o homem por quase nada (trabalhar e comparecer como marido na intimidade).
Achei interessante o fato que ele expõe, de que aprendemos desde pequenos que é normal e ideal que as mulheres carreguem todo o fardo e os homens só dividam a cama e o dinheiro. Parei para pensar nisto e é verdade: cresci aprendendo que nós mulheres tínhamos que dar conta de trabalhar e deixar tudo pronto para os homens.
Na minha infância, quando eu brincava de casinha, o pai só tinha que trabalhar e fazer nada dentro de casa. Era tão natural, reproduzir numa brincadeira o sistema de vida que eu vivia... Em nenhuma das vezes que brinquei o coleguinha que fazia o papel do pai se comportava de maneira diferente ou alguém contestou o comportamento do chefe de família.
E em casa não era diferente: meu pai trabalhava muito para sustentar a família, porém se nada estivesse do jeito que ele quisesse, ele enchia o saco e mandava minha mãe ou eu e minha irmã fazer. Ele mesmo nunca tomava a iniciativa de fazer, e quando isto acontecia, era um milagre!
Hoje, tendo uma vida própria, uma casa para cuidar, e uma filha para cuidar, percebo o quão este ensinamento está errado e o quanto prejudica a sociedade! Os homens se casam para ter uma empregada 24 horas por dia, com serviço extra (cama), e as mulheres, mesmo não gostando de fazerem tudo sozinhas, aceitam.
Por mais que o mundo tenha sido globalizado, que as coisas tenham mudado, ainda é pregado que mulher deve ser super-mulher, e que o homem só precisa garantir a renda, podendo se divertir. Não há direitos e deveres iguais entre homens e mulheres! E como conseqüência, o casamento está sendo deturpado.
Algo que deveria ser uma escolha de dividir a vida com alguém, virou uma decisão de simplesmente dormir com alguém e ser empregada doméstica grátis, para as mulheres; e ter alguém em casa que vai deixar tudo pronto e que vai estar te esperando, para os homens.
Não ensinamos aos nossos filhos o que significa dividir, nem damos exemplo como pais, metendo-os na mesma armadilha que nós caímos algum dia de nossas vidas. Por isto, quando eles criam suas próprias asas e decidem voar com alguém, somos contra, falamos para não cometerem esta besteira.
Mas ainda é tempo de exterminar esta corrente de pensamento: basta sermos mães e pais que dividem as tarefas de casa, o dinheiro proveniente do trabalho e uma cama. Basta darmos exemplos positivos dentro de casa para as nossas crianças, mostrando a elas o verdadeiro significado da palavra divisão e modelo correto de um bom casamento.
Assim, no futuro, quando elas decidirem formar uma família, saberão escolher melhor seus parceiros de vida, reproduzindo conceitos morais diferentes dos que praticamos hoje.
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