quinta-feira, 24 de março de 2016

Fazer o que dá

Depois que casei, passei a ter uma casa para gerenciar: limpar, lavar roupa, passar roupa, tirar o lixo, etc. As tarefas de casa, que eu detestava tive que passar a fazer, pois não havia ninguém para fazer por mim.
No início apanhei um pouco, pois até estabelecer uma rotina, eu não conseguia dar conta de fazer tudo, sempre ficava uma tarefa para trás. Mas depois, consegui estabelecer um roteiro, de forma que eu trabalhasse e tivesse minha casa limpa e organizada.
Eu tinha criado um planejamento no qual eu dividia as tarefas por dia, de forma que eu fizesse todas elas durante a semana, tendo meus finais de semana livres para passear e/ou descansar.
Atualmente, depois de ter filho, eu não consigo mais deixar minha casa limpa e organizada. Por mais que eu tente, sempre sobra uma ou outra que deixo de fazer por falta de tempo. É difícil o dia em que estou tranquila e totalmente disponível para a minha filha porque consegui dar conta da casa.
Meu marido tem me ajudado, fazendo algumas coisas enquanto eu estou no trabalho (ele trabalha no horário comercial e eu da tarde para a noite). Mas mesmo assim não consegui criar um roteiro para que a casa esteja em ordem: estou muito atrelada aos horários da minha filha, e ela me ocupa bastante durante o período de tempo que tenho disponível, não me deixando tempo nenhum para fazer outra coisa.
Então, para não pirar, passei a trabalhar na minha mente a seguinte frase (que o meu marido vive me falando desde que a nossa filha nasceu): faça o que puder, pois serviço de casa não pára. Não é fácil pôr este lema na cabeça: tem dias que fico bem pirada porque não consegui fazer o que eu deveria e tem dias que chuto o balde, deixando para lá.
Eu me cobro muito em relação às minhas responsabilidades, e enfiar estas palavras na minha mente significa o oposto: não exigir demais de mim mesma. É extremamente difícil, deixar de ser tão responsável como eu sou, me tornar um pouco desleixada. Eu não consigo ser desleixada! Esta palavra não faz parte do meu vocabulário!
Porém, é o único jeito de eu conseguir criar uma maneira de fazer as minhas obrigações. Eu preciso de ter tranquilidade para lidar com esta nova fase, e me adaptar, sem sofrer e enlouquecer. Minha cabeça precisa de luz para poder organizar as idéias e estabelecer meios de atingir as minhas metas.
E assim, ultimamente, tenho feito as minhas tarefas neste ritmo. Se deu para fazer tudo, repasso mentalmente o que eu fiz que deu certo para aplicar no futuro. Ou se não deu, observo o que me atrapalhou ou me prendeu para saber quando posso refazer de novo, sabendo que vai demorar e que não terei tempo para fazer outras coisas.

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