Então, quando eu aprendi a viajar sozinha, passei a juntar dinheiro e ir para lá, matar a saudade do meu avô. Em todas as vezes, ele me buscava na rodoviária. E para irmos na casa dele, usávamos o metrô.
Este ano, quando fui visitá-lo, juntamente com a minha família, me propus algo novo: aprender a andar de metrô sozinha. Meu avô já estava velho, e uma hora não poderia mais ir me buscar. Assim, eu precisava aprender como me deslocar, para não depender mais dele.
Como eu tinha andado de metrô somente acompanhada (pela minha mãe ou pelo meu avô), fui observando e perguntando como fazia. Ele foi me explicando e me mostrando o trajeto que eu teria que percorrer, dando dicas e orientações.
Memorizei tudo o que ele me disse. Na hora de ir embora, fomos só eu, meu marido e minha filha. Nos despedimos dele e fomos até a estação de metrô mais próxima: Campo Limpo. Entramos e embarcamos no trem sentido Largo Treze.
Eu estava apreensiva, então fiquei atenta a cada parada, observando o nome escrito nas placas ou na parede do lado de fora, e também ouvindo atentamente os avisos sonoros. Quando chegou na estação Santo Amaro, descemos.
Tínhamos que baldear para a linha esmeralda, pegando o trem sentido Osasco. Como eu não sabia onde eu pegava o próximo trem, seguimos o movimento, parando para perguntar sempre que víamos algum funcionário.
Acabando o fluxo das pessoas, avistamos o lugar onde deveríamos ir para pegar o próximo trem: era uma escada. Descemos nela, dando na plataforma de ambos sentidos: Osasco-Grajaú e Grajaú-Osasco.
Um trem, indo no sentido que iríamos seguir, tinha acabado de passar. Então ficamos esperando o próximo, que demorou bastante para passar.
Quando chegou, entramos nele. Novamente, em estado de alerta, fiquei atenta a cada nome escrito e a cada aviso sonoro. Chegando na estação Pinheiros, descemos.
Lá foi uma perdição só: assim, que acabou o fluxo de pessoas (que estávamos seguindo), demos de cara com um monte de escadas rolantes, para cima e para baixo, e gente indo para todos os lados. Fui atrás de um funcionário para perguntar onde eu pegava o próximo trem.
Ele me explicou que eu tinha que descer uma escada na lateral. Descemos, mas não vi nenhuma entrada para o trem. Perguntei a outro funcionário, e ele me disse que eu tinha que descer até não haver escada mais.
Assim, lá fomos nós, descendo as escadas sem fim. Depois de descer 5 escadas (eu acho), achamos a entrada. Entramos, e lendo as placas de orientação, chegamos à plataforma do trem que iria sentido Luz.
Pegamos o trem. Fiquei observando tudo, prestando muita atenção. Na estação Paulista, desembarcamos. Aí foi outra perdição: um monte de escada para subir. Depois de subir umas 6 escadas rolantes (eu acho), chegamos na saída para a rua.
O movimento estava tranquilo, mas nem eu nem meu marido tínhamos noção de onde estávamos. Saindo para a rua, avistamos uma avenida no final dela. Assim, fomos andando sentido a ela.
Lá, nos deparamos com um cruzamento de outras ruas com esta avenida, e ficamos mais perdidos ainda. Vimos um ponto de táxi ali perto, e fomos até ele.
Para a nossa felicidade, um táxi tinha acabado de deixar uma pessoa ali. Corri até ele, e pedi que nos deixasse na casa da minha tia, pois iríamos dormir lá, voltando para casa no dia seguinte.
Fiquei muito feliz por ter conseguido andar de metrô: eu tinha medo de me perder, de não saber descer e fazer as baldeações... E ao fazer isto sem alguém que soubesse andar de metrô, vi que não era um bicho de 7 cabeças, como eu imaginava.
Vi que era fácil e tranquilo, e que não tinha porque ter medo. Agora sinto mais confiança para usar o metrô e chegar nos lugares que quero ir. Foi uma conquista pessoal muito grande para mim!
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