quarta-feira, 2 de março de 2016

O dia que meu bebê nasceu

No dia que meu bebê nasceu, amanheci com um susto: ao me levantar e ir ao banheiro, vi que minha calcinha estava manchada com uma gosma transparente misturada com sangue. Eu sabia que quando o colo do meu útero abrisse iria sair uma gosma, mas não com sangue, o que me preocupou e me apavorou.
Então chamei meu marido, que iria viajar a trabalho naquela manhã, e mostrei a situação e o quanto estava assustada. Ele ligou para o superior dele e informou que não iria viajar porque eu não estava bem fisicamente e o nascimento estava bem próximo.
Por acaso eu tinha consulta com a médica naquele dia, só que próximo à hora do almoço, e naquele momento eram 7 da manhã. Então, para saber o que fazer, liguei para a médica e expliquei o que tinha acontecido, e ela me pediu que fosse imediatamente ao consultório, pois ela iria me passar na frente das outras consultas para me examinar.
Em seguida, meu marido chamou a irmã dele e pediu a ela que nos levasse no centro da cidade de carro, pois eu precisava pegar o ultrassom que tinha feito naquela semana para levar na consulta. Pego o ultrassom,  meu marido e eu nos dirigimos ao consultório da médica.
Na consulta, a médica olhou o exame, me examinou e falou que o bebê estava pronto para nascer e que o colo do meu útero estava amolecendo e abrindo, e que eu iria sentir as contrações a qualquer momento dali em diante, devendo ir ao hospital assim que as sentisse.
Como naquela hora eu não estava sentindo as contrações, saindo de lá, fomos à uma loja de chocolates para eu realizar um último desejo: tomar um cappuccino de chocolate. Depois, passamos em casa para pegar as nossas coisas e a bolsa da maternidade e fomos para a casa dos meus pais, pois eles tinham carro e moravam mais próximo do hospital.
Quando cheguei lá, resolvi tomar um banho bem frio, pois estava sentindo muito calor, e meu marido foi assistir TV para me esperar. Depois, almoçamos e fui assistir televisão. As dores da contração, que estavam bem suaves até aquele momento, começaram a ficar mais fortes e intensas. Toda vez que eu as sentia apertava a almofada do sofá bem forte.
E fiquei nesse ritmo, até a minha mãe perceber que eu estava segurando muito forte a almofada de minutos em minutos. Como ela estava sem o carro aquele dia, chamou um amigo e lhe pediu para me levar ao hospital.
No hospital, minha mãe e eu fizemos a ficha de entrada e nos encaminhamos para o consultório no qual iria ser atendida, enquanto meu marido me esperava do lado de fora. Lá, a médica, que não era a mesma do pré-natal, me examinou e pediu um ultrassom para ver se a minha bolsa tinha rompido, falando que eu deveria retornar somente quando eu estivesse sentindo muita dor.
Porém, como já era próximo à noite, todas as clínicas de ultrassom da cidade estavam fechadas, a ala do hospital que faz este exame também. Mesmo assim, rodamos a cidade tentando um atendimento, não encontrando nada, pois não tinha um lugar para fazer o ultrassom e nenhuma maternidade poderia me atender.
Até que voltamos ao hospital, e minha mãe entrou para conversar com o assistente social, para explicar o ocorrido e obter uma posição do hospital. O assistente pediu que esperasse até a troca do plantão, que outro médico iria me examinar. Porém, a bolsa estourou neste contratempo, e entramos todos lá dentro: minha mãe me levou até o consultório enquanto meu marido foi fazer a minha ficha de entrada novamente.
No consultório, um outro médico me atendeu e pediu minha internação. Durante o tempo que eu era encaminhada à sala de parto, meu marido foi providenciar a ficha de internação.
Esperei umas 3 horas na sala, sentindo as dores cada vez mais fortes, a ponto de gritar e me contorcer toda de dor. Quando o médico retornou para me examinar, viu que eu não estava tendo dilatação e me mandou para a cesárea.
Então a enfermeira me preparou para levar à sala de cirurgia e pediu para o meu marido ajudar a levar a maca, até a entrada do bloco cirúrgico. Lá, ela me levou para a sala de cirurgia, aonde fui preparada e anestesiada, e ele ficou do lado de fora do bloco, me esperando sair.
Depois de um tempo, que pareceu uma eternidade, escuto um choro de bebê, mas não o vejo. Tempos depois do choro, a enfermeira me mostra o bebê, falando o sexo, e o leva para fora da sala. Quando eu saio do bloco cirúrgico, vejo meu marido, minha mãe e meu bebê, já todo vestido.
Posteriormente, fui acomodada na enfermaria e peguei o meu bebê. Me despedi da minha mãe e fui descansar, podendo ter meu marido como acompanhante naquela noite.

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