Chegando lá, eu estava pronta para conversar com o meu marido sobre algumas idéias que eu tive. Porém, me deparei com uma cena inesperada: ele agachado no chão, sentindo o coração da Celina, que estava deitada no chão, sem se mexer.
Na hora, deixei as compras de qualquer jeito em cima da mesa e fui até ela, para ver o que estava acontecendo. Então meu marido começou a me explicar: ela estava paralisada desde que ele chegou em casa. Ele estava tentando dar água para ela, para ver se ela melhorava, mas ela também não estava bebendo.
Eu ouvi, e comecei a chamá-la pelo nome, para ver se ela respondia. Ela então olhou para mim. Em seguida, pus-a de pé, mas ela caiu no chão. Então reparei que o pano que ela estava encostada estava todo sujo de água.
Afastei o pano, e fui buscar um tapete limpo, para colocá-la em cima. Não encontrei na hora: peguei o menos sujo. Pus ela em cima e comecei a chamá-la novamente, tentando obter alguma resposta dela. Inclusive levantei-a novamente, mas ela caiu de novo.
Fui no banheiro lavar a mão e quando voltei ela estava tremendo de forma automática. Chamei-a novamente, mas só a íris dos olhos se mexeram. Por alguma razão, achei que ela estava sentindo muita dor, e fui buscar um remédio para dar a ela.
Tentei abrir a boca dela, sem sucesso. Pedi ajuda ao meu marido, e ele conseguiu, por pouquíssimo tempo, me fazendo colocar na língua dela rapidamente. Foi aí que percebi que ela estava tendo uma convulsão: a boca dela estava travando muito, e ao tentar abrir, quase machuquei minha mão.
Observei ela por alguns minutos: a convulsão não parava. Liguei então para o meu pai, falei o quadro da Celina e perguntei se ele sabia o que eu podia fazer, pois ele é fazendeiro e lida com animal direto. Ele me falou que não havia nada que eu pudesse fazer, pois o pior estava para acontecer: a morte dela.
Desliguei o telefone, e comecei a chorar. Me aproximei dela, e com o coração apertado, a voz embargada, e lágrimas escorrendo pelo meu rosto, comecei a conversar com ela. Falei com ela que eu a amava, e que sempre ela irá ter um espaço no meu coração.
Pedi desculpas pelas falhas que cometi e disse que ela não precisava ter medo, pois agora ela iria morar com o Pai lá em cima. Falei a ela que Ele também a ama muito, que iria recebê-la com muito amor e cuidaria dela.
Minutos depois, ela teve morte cerebral, mas seu coração continuou a bater, diminuindo o ritmo com o tempo. Depois que ele parou, eu e meu esposo colocamos seu corpo numa caixa. Em seguida lacramos e colocamos dentro de uma sacola grande.
Como era tarde da noite, e não podíamos simplesmente jogar na lixeira, deixamos a sacola num cantinho da garagem. No dia seguinte, de manhã, meu esposo pegou a sacola e jogou numa vala próxima à nossa casa.
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