segunda-feira, 23 de setembro de 2019

O desfralde diurno da primogênita

Há 5 meses atrás (aproximadamente), minha filha conquistou um passo muito importante na vida de uma criança: parou de usar fraldas!
Tudo começou há 2 anos atrás, quando a ela completou 2 anos de vida. Na época, ela não apresentava sinais de maturidade para este passo. Então, eu e meu marido iniciamos o processo de desfralde do zero.

Capítulo 1: Xixi

Primeiro, apresentamos para ela o xixi e o cocô: a cada troca de fralda, conversávamos com ela, falando o que ela tinha feito e mostrando a fralda suja. A medida que ela foi aprendendo, ela mesmo passou a identificar sozinha, sem eu ou ele falarmos com ela.
Depois, ela passou a me acompanhar por livre e espontânea vontade no banheiro, sempre perguntando o que eu estava fazendo. Eu explicava a ela, de forma natural, sem forçá-la a qualquer ato.
Para me ajudar nesta etapa, comprei um penico com música, no intuito de incentivar ela a fazer necessidades nele de forma lúdica. Sempre que ela estava comigo no banheiro, estimulava-a a sentar-se nele.
Só que não deu muito certo: ela ficava brincando nele, escutando a música toda hora. E em nenhum momento se propunha a tentar usá-lo de verdade. Então, conversando com a pediatra dela numa consulta de rotina, surgiu uma outra estratégia.
A médica me explicou que para a minha filha, usar o penico não era similar à usar o vaso sanitário. Como ela me via usar a privada, o penico era inválido para ela, uma vez que eu não o usava. E sugeriu que eu tentasse um redutor de assento, o qual iria dar mais sentido às coisas na cabeça dela.
Assim, providenciei um e continuei a estimulá-la a usar o vaso (desta vez, literalmente). Simultaneamente, passei a deixá-la sem fralda em casa, usando calcinha. Aos poucos, conforme ela me acompanhava no banheiro, foi aderindo.
Às vezes, ela fazia xixi no banheiro. Quando isto acontecia, eu explicava o que ela tinha feito e dava parabéns. Na maioria das vezes, ela fazia na calcinha, fora do banheiro. E eu, com muita paciência, dizia para tentar numa outra oportunidade, tirando a suja e colocando uma limpa.
Nesta etapa, conversei com a escola e com os parentes que ela frequentava a casa, para ajudar a mim e meu marido nesta tarefa. E continuamos a fazer o que estávamos fazendo.
Com o tempo, ela começou a querer acertar: pedia para ir no banheiro, não fazia nada, e imediatamente depois molhava a calcinha. Conversávamos sempre, sem repudiar, e deixávamos acontecer mais vezes, para ela ir conhecendo o próprio corpo.
Até que, de repente, aconteceu: ela começou a de fato acertar! Pedia para ir no banheiro, e fazia o xixi no vaso. Porém, toda vez estava vendo desenho, brincando, ou concentrada numa atividade, fazia na calcinha, sem perceber.
Então, para estimulá-la e lembrá-la, perguntávamos a cada 30 minutos. Na maior parte do tempo a resposta era "não". Porém, em momentos repentinos, ela corria para nós e pedia urgentemente para ir no banheiro.
Quando ela aperfeiçoou, passamos a observar os horários que ela ia no banheiro. E toda vez que a hora se aproximava e ela não ia, e/ou a cada 2 ou 3 horas depois da última micção, mandávamos-a ir no banheiro.
Gradativamente, ela foi melhorando cada vez mais. Até que, um dia, inesperadamente, ela dominou 100% o ato de fazer xixi no banheiro. Não era mais necessário perguntar ou ficar em cima. Também, não acontecia mais acidentes (fazer xixi na calcinha).

Capítulo 2: Cocô

Agora, faltava o domínio do cocô. Em todo o processo, até aqui, ela não tinha nenhum domínio do cocô. A única coisa que acontecia era que ela ficava incomodada com a calcinha suja de fezes, andando de forma um pouco esquisita e sem agachar no chão. Mas em nenhum momento reclamava ou interrompia suas atividades por causa disto.
Toda vez que sentia vontade de fazer xixi, pedia para ir ao banheiro. O cocô, fazia na roupa sem perceber, demonstrando incômodo depois. Sempre que acontecia, conversávamos com ela, explicando que o cocô saía pelo bumbum, e que na hora de evacuar ele faz uma pressão na bunda.
Aos poucos, ela foi percebendo e aprendendo. Primeiro, começou a notar o peso na calcinha (toda vez que havia fezes), pedindo para trocar por uma limpa e/ou jogar no vaso.
Depois, começou a pedir para ir no banheiro fazer xixi, mas não saia nada. Minutos depois, tinha cocô na calcinha. Eu e meu marido trocávamos, conversando com ela sem nenhuma repudiação e sempre incentivando-a a acertar, explicando as vezes o processo pra ela.
Até que ela começou a acertar esporadicamente: ela pedia para ir no banheiro, e acabava evacuando. Ficávamos felizes, e dávamos parabéns, incentivando-a a acertar novamente o cocô.
Com o tempo, ela passou a identificar o que ela queria e a acertar mais vezes. Porém, de vez em quando ainda errava e fazia na calcinha. E meu marido e eu, na mesma: parabenizando quando acertava, conversando quando errava.
Então, passamos a observar os horários que ela evacuava, e sempre que se aproximava, mandávamos-a ir no banheiro fazer cocô. Às vezes ela relutava, dizendo que não estava com vontade. Mesmo assim, permanecíamos firmes na ordem.
De forma gradual, ela foi melhorando. E um dia, inesperadamente, dominou 100% o ato de evacuar. Não era mais preciso mandar ir ou ficar em cima. E não acontecia mais erros (cocô na calcinha).

Capítulo 3: Resultado Final

Hoje, ela sabe exatamente o que ela quer fazer, e quando quer fazer. Também não distrai com nada: quando bate a vontade, corre pro banheiro, sem pedir (a não ser que tenha alguém usando).
Só quando estamos na rua, ficamos um pouco mais em cima, uma vez que não sabemos se vamos encontrar banheiro e em qual estado (na maioria das vezes são tão sujos, que eu perco a vontade de usar na hora). Assim, toda vez que tem um (limpo e decente), levo ela para usar, mesmo sem vontade.
Aviso que vai demorar para voltar para casa, e peço para ela urinar o que der. Também, quando estamos em casa de parentes e vamos voltar para a nossa, mandamos ir no banheiro. Caso ela se recuse, avisamos que vai demorar um pouco e que ela tem que segurar até chegar em casa.
Agora, só falta a parte da noite: ela ainda não aprendeu a controlar a vontade de fazer as necessidades durante o sono noturno (só na soneca da tarde, que é curta).


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