terça-feira, 2 de agosto de 2016

Chifre nascendo

Certa vez, alguns meses depois do casamento, surgiu um cravo na testa do meu marido, no canto direito. Me propus a tirar, mas como sempre ele fazia, não deixou por causa da dor que ele alegava sentir.
Alguns dias depois, a região onde o cravo estava ficou sensível, de modo a doer muito levemente. Falei com ele que precisava tirar o cravo, mas ele não deixou.
Passados mais alguns dias, surgiu um morrinho pequeno. Ele falava que estava doendo, como se fosse o início de uma dor de cabeça. Neste estágio, falei para ele que o cravo tinha virado uma espinha e que para removê-la era melhor esperar formar um olho, para então poder estourar.
Conforme os dias passavam, o morro só aumentava, e a dor dele também (ele estava tomando remédio para dor de cabeça, na hora de dormir). E para ajudar, não estava formando o olho.
Como a espinha estava bem visível, os colegas de trabalho e conhecidos dele começaram a brincar, falando com ele que chifre quando nasce dói. Ele levava na brincadeira, pois se tentasse explicar a zoação seria maior.
Um dia, quando cheguei em casa depois do serviço, ele veio todo feliz, me mostrando o lugar do morro: ele tinha conseguido estourar a espinha! Ele me contou que tinha chegado em casa, e viu no espelho que tinha formado um olho. Então, para acabar de vez com ela, ele a espremeu.
Tinha saído bastante pus... E ainda faltava um pouco para sair. Mas o que saiu foi o suficiente para praticamente eliminar a dor que ele estava sentindo. No dia seguinte, ele terminou de tirar o resto de pus.
Logo após, com o passar dos dias, o local da espinha sarou e a testa dele voltou ao normal. E ele ia trabalhar mais tranquilo, pois a brincadeira do chifre tinha acabado e a cabeça não estava mais doendo.
Até hoje, passados 3 anos deste episódio, nunca mais ele teve espinha na testa. Porém, ainda continua a não deixar que se tire os cravos, alegando que dói muito...


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