quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

O nascimento do meu filho

Há 9 meses atrás, depois de marcar a cesárea (ver mais em segunda gravidez: a marcação da cesárea), comecei a acelerar os preparativos pro parto. Uma parte das roupas estavam lavadas e passadas, e o quarto estava parcialmente arrumado (ver mais em mudança no quarto das crianças).
Eu tinha 5 dias para terminar de preparar todo o resto (inclusive a bolsa maternidade). Então  comecei: arrumei o berço com os itens que faltavam (colchão, lençol e cortinado), limpei toda a casa, dei banho na minha cadela, e pus as roupas que faltavam para lavar.
No entanto, como o tempo estava bastante chuvoso e úmido, as roupas demoravam muito para secar (cerca de 2 dias). E não obstante, havia um cesto enorme de roupas minhas, do meu marido e da minha filha que estavam sujas.
Mesmo assim, dividi os lotes e fui lavando e passando conforme o tempo permitia, no intuito de deixar tudo organizado para a chegada do meu filho. A única tarefa que eu estava deixando para o último dia era a bolsa maternidade, que eu iria arrumar com todas as roupas limpas e passadas.
Só que um dia antes da data marcada pro parto, acordei bem cedo sentindo muita dor (nível médio). Devido às experiências anteriores, não levei a sério, acreditando que ia passar. Mas como eu não conseguia dormir, me levantei e fui fazer as tarefas de lavanderia.
As dores vinham num intervalo pequeno de tempo e estavam cada vez mais fortes, a ponto de eu não conseguir me mexer. Percebendo isto, comecei a contar no relógio o intervalo, para ver se estava regular.
Notei que o tempo entre elas era de 4 minutos, e também que não cessavam ou diminuíam o nível de dor. Vendo que era pra valer, chamei o meu marido, para ele vir me ajudar. Porém, ele não veio. Então, aproveitei um intervalo e fui até o nosso quarto, chamá-lo.
Após algumas boas sacudidas, ele acordou. Falei o que estava acontecendo e que a gente precisava ir para o hospital. E sem demora, revisei e rearrumei a bolsa maternidade (ver mais em a bolsa maternidade) o mais rápido possível.
Neste meio tempo, ele pegou o telefone e começou a ligar para os parentes mais próximos que tinham carro. Para o nosso azar, nenhum deles estava disponível. Então, ele ligou para os amigos, até que um deles atendeu.
Ele explicou o que estava acontecendo e pediu ajuda. A pessoa falou que estava a caminho e desligou. Notando que eu não tinha condições físicas (a esta altura eu gritava alto de dor), ele vestiu a nossa filha e arrumou uma bolsa com os pertences dela, para ela ficar com a minha irmã.
A seguir, se vestiu e também preparou uma bolsa com os seus pertences, para ficar no hospital comigo. Meia hora depois aproximadamente), chegou um carro na porta da minha casa, buzinando. Peguei as bolsas e a nossa filha, e saí para fora, enquanto ele fechava a casa.
Após, entramos todos no carro e saímos. Primeiro, passamos na casa da minha irmã e deixamos-a lá. Em seguida, fomos para o hospital. Chegando lá, descemos com as nossas coisas e meu marido agradeceu o amigo dele.
Nos dirigimos até o balcão da recepção, e o recepcionista nos olhou e imediatamente liberou a nossa entrada, orientando-nos a ir para a maternidade. Passamos pelas portas e fomos até o elevador. Ao chegar no respectivo andar, caminhamos para a entrada do setor.
Como o balcão estava vazio, fomos diretamente falar com a atendente. Ela pediu meus documentos e abriu a ficha. Logo após, nos ajudou a ir para a primeira sala de atendimento (as contrações eram tão fortes que eu não conseguia andar).
Lá, uma enfermeira nos perguntou o que estava acontecendo. Expliquei, e ela pediu o cartão de pré-natal e o último ultrassom (tinha trago todos). Entreguei, e ela olhou, perguntando a data da minha última menstruação.
Respondi, e ela anotou os dados na ficha, encaminhando-nos para uma outra sala. Nesta, uma médica leu a ficha, e me pediu para tirar a parte de baixo da minha roupa e deitar na maca. Fui no banheiro, tirei o short e a calcinha, e voltei, entregando as roupas para o meu marido.
Me deitei na maca e ela veio me examinar. Durante o exame, me perguntou se a bolsa estava vazando. Respondi que eu não estava sentindo a minha roupa molhada. Então, terminou dizendo que eu estava com 3 cm de dilatação.
Também explicou que ia dar uma dose de glicose para me dar energia (eu estava muito cansada e sonolenta), e que ia estourar a bolsa pro parto evoluir mais rápido. Por último, entregou um papel pro meu marido fazer a minha internação no hospital e chamou a enfermeira, dando as orientações.
Logo depois, saiu da sala e a enfermeira pediu para acompanhá-la. Meu marido pegou as bolsas e nós dois fomos atrás dela. Ela nos levou até o quarto de parto, onde deixou a ficha em cima da pia, e me deu uma camisola para vestir.
Fui no banheiro trocar de roupa e meu marido ficou ali me esperando. Quando saí, ela voltou pedindo para mim ir para outro quarto, pois havia chegado uma paciente com caso mais urgente que o meu. Acompanhamos-a novamente, para uma sala em que havia outras mulheres internadas.
Ela arrumou a cama que eu ia ficar e falou que meu marido não podia ficar ali comigo. Ele colocou as bolsas num canto próximo e saiu, indo para a recepção da maternidade. Eu me acomodei na cama e fiquei ali.
Minutos depois, a enfermeira da sala me deu dois vidrinhos transparentes e pediu para mim tomar. Tomei e fiquei sentada na beirada da cama. À medida que as contrações vinham, eu apertava muito forte o colchão. Quando elas acabavam, eu sentia muito sono e queria deitar e dormir.
Duas horas depois, uma outra médica veio me examinar novamente. Ela fez o exame de toque, e ao finalizar, disse que eu estava com 6 cm de dilatação. Então, pegou um instrumento e quando a contração veio, furou a bolsa.
Após ver que o líquido amniótico estava normal, falou que eu estava indo bem e recomendou que eu andasse, para acelerar a dilatação. Como a camisola molhou e ficou suja, peguei uma outra limpa com a enfermeira e fui no banheiro, tomar uma ducha e me trocar.
Depois, saí do quarto e fui atrás do meu marido na recepção. Quando o encontrei, contei o que tinha acontecido e a recomendação da médica. Começamos a andar juntos, e a cada contração eu instintivamente agachava e agarrava nele, gritando alto.
Até que a enfermeira que fez o primeiro atendimento nos viu e nos chamou para a sala dela. Lá, ela explicou e fez comigo os exercícios que ajudariam na dilatação. Saímos da sala e continuamos, até que outra enfermeira nos chamou e falou para voltarmos para o quarto de parto, o qual estava desocupado.
Voltamos, e ele foi buscar as bolsas no outro quarto que eu estava. Enquanto eu esperava, fiz os exercícios sozinha, agarrando na cama. Quando ele voltou, acomodou as bolsas e voltou a me ajudar. Um tempo depois, a médica veio examinar a barriga.
Ela mediu os batimentos cardíacos do bebê, e insistiu que eu continuasse os exercícios, para aumentar a dilatação. Disse a ela que não estava mais aguentando agachar, que minhas pernas estavam doendo muito.
Então ela recomendou que eu tomasse uma ducha de água quente, a qual ajudaria a relaxar os músculos e facilitaria o parto. Pedi a ela uma cadeira, pois não estava aguentando ficar em pé. Ela pegou, e pôs no banheiro para mim.
Tirei a camisola e fui tomar a ducha, ficando lá por muito tempo (cerca de 40 minutos). Quando meu marido veio me chamar, preocupado, saí. Desliguei o chuveiro, e com a ajuda dele, vesti outra camisola limpa do hospital.
Minutos depois, a médica voltou para ver como eu estava, e disse para mim comer um pouco, pois eu estava muito fraca. Respondi a ela que não descia nada pelo meu estômago. Então, ela recomendou que eu tomasse um suco natural, para me dar energia.
E pediu ao meu marido para comprar um suco para mim. Ele foi, e eu me deitei na cama. Quando ele chegou com o suco, esperei a contração ir embora e tomei. Depois, permaneci ali, agarrando no ferro  toda vez que a contração vinha.
Um tempo depois, a médica, acompanhada de uma enfermeira, veio me examinar. Ela fez o exame de toque novamente e mediu a dilatação, dizendo que estava com 8 cm. E pediu para mim continuar os exercícios, pro parto evoluir mais rápido.
Eu disse a ela que não aguentava mais ficar agachando e levantando. Ela insistiu, e saiu da sala. A enfermeira então conversou comigo, e me aconselhou a fazer a força de expulsão do bebê (força de cocô) toda vez que a contração viesse.
Falei com ela que não sabia, e ela me ensinou. Após se certificar que eu estava fazendo da maneira correta, saiu da sala. Posteriormente, passei a focar na saída do meu filho, pegando toda a dor e transformando-a num impulso corporal da bacia.
De tempos em tempos, eu sentia alguma coisa querendo sair pela minha vagina. Meu marido ia verificar e via algo aparecendo. Quando ele viu a cabeça começando a passar, ele foi chamar a médica.
Ela entrou, me viu fazendo a força, e observou a minha vagina. A seguir, rapidamente chamou um grupo de enfermeiras e as outras médicas da maternidade. Instantaneamente todos se aprontaram na sala e começaram os procedimentos.
Primeiro, ela deu uma anestesia local no períneo e fez uma episiotomia. Depois, a enfermeira subiu um pouco o encosto da cama e me disse pra segurar no apoio da perna, na próxima contração. Três contrações depois, meu filho nasceu.
Na hora, ela o colocou no meu colo e eu comecei a chorar. Meu marido (que estava do meu lado a todo instante) me parabenizou e disse palavras bonitas. Ela cortou o cordão umbilical, embrulhou ele num pano e entregou para a pediatra, que o levou para fazer os devidos procedimentos.
Meu marido foi atrás dele, enquanto eu fiquei na sala com o restante da equipe. Neste meio tempo a médica tirou o restante da placenta, suturou o corte do períneo e apertou a minha barriga algumas vezes, para expulsar o sangue do útero. Por fim, enfiou o dedo no meu ânus, para ver se houve alguma dilaceração interna durante o parto.
Quando meu marido voltou com o nosso filho, eu o amamentei. Depois, entreguei-o pra ele e pedi para tomar um banho, pois estava muito suja de sangue. Na hora, a enfermeira que estava no quarto me ajudou a sair da cama e a ir pro banheiro.
Meu marido colocou o nosso filho em cima da cama, pegou o que eu precisava nas bolsas e me entregou. Tomei um banho, me sequei e saí do banheiro. Na saída, ele me deu uma roupa limpa para vestir.
Me vesti e me sentei numa cadeira para comer um pão com manteiga e tomar um leite com café, que a copeira do hospital tinha acabado de trazer. Quando terminei, a enfermeira me levou para uma outra ala, aonde ficam as mulheres que já ganharam bebês.


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