Final do mês passado, tomei uma decisão repentina: dar um up no meu cabelo. Desde a última vez que pintei (ver mais em mudando o cabelo para cobre absoluto), dei uma pausa nas tintas, usando alternativas menos agressivas como tonalizantes (ver mais em tonalizando o cabelo com keraton), enquanto ele crescia e a tinta saia.
Um ano e 4 meses depois, apesar de saudável, meu cabelo estava ficando feio: o resto de tinta que ainda havia estava gerando umas luzes desbotadas, fazendo parecer que os fios estavam queimados e mal cuidados... Então, cansada deste visual, resolvi iniciar o meu Projeto Loira.
Como eu nunca havia ficado completamente loira antes, e não sabia a cor certa que eu queria, escolhi começar com luzes, me baseando no visual morena iluminada. Para isto, pesquisei bastante na internet, encontrando vários tutoriais de como fazer luzes no cabelo: desde os mais complicados até os mais simples.
A maioria deles indicava o uso de uma touca, na qual se puxava os fios com uma agulha. Eu achei meio complicado, pois não dava pra fazer sozinha, e podia doer o cabelo. Assim, optei por uma outra técnica, que descoloria de forma leve os fios, criando luzes num tom sobre tom, por todo o cabelo.
Estudei ela várias vezes, e após me sentir segura, comprei os materiais necessários e fiz no meu cabelo. Antes, fiz um teste de mecha pra saber em qual cor eu deveria chegar, e o tempo de aplicação dos produtos. Logo após, utilizando a técnica estudada, apliquei os produtos em todo o cabelo.
O resultado ficou horrível: meu cabelo ficou todo laranja, parecendo que eu tinha pintado meu cabelo de ruivo e esquecido de retocar a raiz (foto do meio). Sem contar que virou uma vassoura, de tanto que os fios ficaram ressecados.
Toda vez que me olhava no espelho, eu me sentia super péssima, pra baixo... Não me sentia gente, mulher, nada. Me sentia menos que um inseto! E ao mesmo tempo, batia um desespero enorme para tirar aquilo do meu rosto, do meu cabelo.
No entanto, eu não sabia o que eu podia fazer, e até onde meu cabelo aguentaria novamente. Inclusive, estava totalmente insegura de fazer qualquer procedimento no meu cabelo, morrendo de medo de atingir um resultado pior ainda, na tentativa de corrigir o dano.
Então, vendo meu sofrimento, meu marido e minha irmã me aconselharam a procurar a minha cabeleireira, e explicar o que eu havia feito, pois ela saberia a melhor alternativa para corrigir, sem danificar ainda mais meu cabelo. Procurei-a, e ela me deu duas alternativas: pintar da minha cor natural (castanho), ou pintar de loiro claro.
Como eu ainda tenho a idéia de fazer luzes, optei por clarear o cabelo, pois tinta não clareia tinta. E a tinta escura não me permitiria fazer as luzes, num futuro próximo.
No dia marcado, ela avaliou meu cabelo, pra ver como estava a saúde dele. E depois, aplicou a tinta, focando na raiz e puxando pro resto do fio, para fazer um tom sobre tom entre a parte descolorida e a raiz (que estava na cor natural). Quando ele secou, o resultado ficou incrível: me senti a mulher mais linda do mundo!
Contudo, apesar de ter atingido minha meta, de certa forma (queria ficar loira), aprendi lições muito importantes com este episódio, sobre o Salão em Casa:
- Preparar o cabelo
- Descoloração é um procedimento perigoso para ser feito em casa
- É necessário ter conhecimento para fazer alguns procedimentos em casa
- Ter calma pra pensar sobre o conserto
- Aturar a imagem até o momento ideal do reparo
- É preciso ter dinheiro para ir ao salão
Qualquer processo de mudança no cabelo, desde os simples até os mais complicados, suga um pouco da saúde dos fios. Por este motivo, é necessário que o cabelo esteja saudável, para aguentar o processo até o final. Caso não esteja, além de ficar bastante deteriorado, corre o risco de desmanchar.
Ao descolorir o cabelo, com pó descolorante, retira-se dele, além da pigmentação, a hidratação e os nutrientes. Independente da cor que se chega, ter fios bastante ressecados e quebradiços é inevitável.
Para piorar, quando feito sem o devido conhecimento técnico, erros desastrosos como manchas de cor e/ou ficar fora do tom certo para a tonalização, acontecem. E para corrigir isto não é tão simples assim: os procedimentos a serem adotados dependem de como ficou a saúde do cabelo.
Alguns procedimentos capilares, como luzes, escova inteligente, escova progressiva, e etc, não são simples igual pintura de cabelo. Além dos produtos certos, precisam de muita técnica, estudo e treinamento.
Sem contar que o acesso aos produtos pode não ser tão fácil assim. Por isto, quando feitos indevidamente, o resultado é pior do que uma pintura mal feita no cabelo.
A primeira reação que nos ocorre, quando vemos nosso cabelo detonado e feio, é corrigir o dano e o visual imediatamente, para qualquer coisa que tire aquela imagem do nosso rosto. Porém, neste desespero, nos esquecemos de fazer uma avaliação do cabelo, e assim, a probabilidade de errar aumenta triplicamente bastante.
Quando isto acontece, não adianta ficarmos loucos e desesperados. Neste estado, não se consegue raciocinar direito, e qualquer idéia ou palpite vira a solução. Para pensar com clareza, acerca do que fazer para reparar o erro, é preciso calma.
Dependendo da saúde do cabelo, será necessário um tempo de pausa, entre um processo e outro. Neste tempo, os cuidados com o cabelo devem ser redobrados, a fim de recuperá-lo um pouco, e prepará-lo pro que há de vir.
Durante a vigência da pausa, será preciso aturar a própria imagem, sem se deixar levar pelo desespero. Inclusive, tolerar com muita paciência todos os sentimentos negativos que ficam dentro da gente, por conta da ocasião.
Na maioria das vezes, quando o Salão em Casa dá errado, só tem um lugar para corrermos: o cabeleireiro. Somente um profissional qualificado é capaz de consertar o visual que geramos para nós mesmos, com a aplicação das técnicas e produtos certos, sem exigir mais do que o cabelo pode aguentar.
No entanto, este gasto emergencial tem um custo: a mão de obra do cabeleireiro. Por isto, para qualquer mudança que se faça no cabelo, fora do salão, deve-se ter uma reserva financeira, a qual se pode usar caso algo dê errado.
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